Câmara aprova texto-base do arcabouço fiscal, Netflix começa a cobrar por conta compartilhada e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Câmara aprova texto-base do arcabouço fiscal, Netflix começa a cobrar por conta compartilhada e o que importa no mercado nesta quarta-feira (24).

**NETFLIX COMEÇA A COBRAR CONTAS COMPARTILHADAS**

A Netflix começou a enviar emails avisando assinantes que compartilham o acesso com pessoas que moram em outras casas que a prática não é permitida.

“Sua conta Netflix é para você e para as pessoas que moram com você”, afirma a líder do streaming.

A empresa garante que o acesso funciona normalmente em viagens e ainda oferece no email duas opções ao titular da conta:

Um passo a passo para excluir dispositivos conectados de quem não mora na mesma casa.

Pagar o adicional de R$ 12,90 por mês para cada um que mora em outro domicílio (a opção não vale para o plano com anúncios).

Esses assinantes extras, porém, não têm algumas funcionalidades da conta do titular, sendo limitados a ter apenas um perfil, a assistir em um aparelho por vez, entre outros.

Como vai funcionar: a companhia disse que usa informações como endereços IP, IDs de dispositivos e atividade na conta para determinar se um aparelho está na casa principal ou não. Ela afirma não coletar dados de GPS.

A empresa ainda explica como definir ou alterar a “residência Netflix”, local principal de acesso à conta, a partir do acesso em uma TV.

A novidade estava prevista para o primeiro trimestre, mas a Netflix resolveu adiar após ter observado uma “reação de cancelamento” em países onde ela foi implementada.

O que explica: a cobrança de contas compartilhadas foi uma das alternativas anunciadas pela pioneira do streaming no ano passado para ampliar a receita em meio à perda de assinantes.

Outra aposta foi um plano mais barato, mas com anúncios.

Após seis meses da novidade, a empresa disse que mais de 5 milhões de usuários utilizam a versão com anúncios e que 25% de novos assinantes adotam o plano.

**CÂMARA APROVA TEXTO-BASE DO ARCABOUÇO**

A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do novo arcabouço fiscal na noite desta terça, com um placar expressivo de 372 votos a 108 –eram necessários 257 votos.

Mesmo que o texto aprovado seja visto como mais restritivo para gastos que a proposta encaminhada pelo governo, a aprovação pode ser considerada uma vitória para o Planalto após derrota recente no Congresso.

A proposta ainda depende de votação de destaques (mudanças no texto) na Câmara e precisa passar pelo Senado.

Entenda: a nova regra fiscal que vai substituir o teto de gastos tem uma estrutura principal: a previsão de que o crescimento das despesas seja limitado a 70% do avanço das receitas contabilizadas nos 12 meses até junho do ano anterior, já descontada a inflação.

Há, porém, um piso de 0,6% e um teto de 2,5% para a alta real das despesas.

O plano traçado prevê zerar o déficit (arrecadação menor que gastos) até 2024 e gerar um superávit (arrecadação maior que gastos) de 1% do PIB até 2026.

Caso a meta seja descumprida, a proporção de alta das despesas em relação à arrecadação cai a 50%, até a retomada da trajetória de resultados dentro do esperado.

Entenda a nova regra e veja a íntegra do texto aprovado na Câmara aqui.

As mudanças do relator, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA):

Gatilhos: em caso de estouro da meta do primário, são acionados ajustes de despesas, como a proibição de concursos públicos e de aumentos para servidores.

Fora das exceções: gastos com Fundeb, com aportes em empresas estatais não-financeiras e repasses a estados e municípios para bancar o piso da enfermagem estão entre os itens que passam a contar no limite do arcabouço.

Espaço para 2024: após acordo, o limite de gastos para o ano que vem considerará a regra dos 70% da alta das receitas em 12 meses até junho de 2023, mas o governo poderá ampliar para até 2,5% se a receita vier maior que o estimado.

**APÓS VENDER AESOP, NATURA&CO QUER INTEGRAR AVON**

Após vender a marca australiana Aesop por US$ 2,5 bilhões (R$ 12,4 bi) para a L’Oréal para ter um alívio na dívida, agora a Natura&Co vai priorizar a integração da Avon com a Natura.

Entenda: a marca americana de mais de 130 anos foi comprada por cerca de R$ 2 bilhões em 2020 e vinha passando desde então por uma reforço de comunicação e adaptação do portfólio para dar força à marca na América Latina.

Agora, o objetivo é integrar a Avon à marca principal do grupo, com foco nas revendedoras.

Chamadas de representantes no caso da Avon e de consultoras na Natura, agora terão o mesmo nome: consultoras de beleza.

Elas terão um único cadastro e poderão registrar os pedidos de produtos no mesmo aplicativo, recebendo a encomenda também em uma só remessa.

O Natura&Co Pay, negócio de soluções de pagamento para as revendedoras, será expandido e deve ganhar novo nome.

A meta é que a sobreposição (consultoras vendendo as duas marcas) supere os 70% em alguns meses –hoje ela está em 30% na América Latina.

**O PLANO DA HURB PARA GARANTIR PACOTES**

A Hurb apresentou ao governo nesta segunda seu plano de reestruturação para os pacotes de viagem que ainda não foram cumpridos pela plataforma.

A companhia reafirmou em nota que os clientes que compraram os pacotes vão viajar e que mais de 87% dos questionamentos em seus canais de comunicação foram solucionados, assim como as queixas no Reclame Aqui.

A Hurb ainda cita que o plano de restruturação é dividido em quatro etapas: análise e categorização dos protocolos abertos, priorização das demandas, resolução dos casos e execução de novas medidas para garantir transparência na comunicação com o cliente.

Relembre: a crise da Hurb foi agravada no mês passado, quando o então CEO da startup, João Ricardo Mendes, xingou e ameaçou clientes nas redes sociais. Ele renunciou ao cargo após o episódio.

A empresa tem um modelo de passagens flexíveis, com ofertas superpromocionais que não trabalham com datas exatas, mas períodos em que a viagem pode ser feita.

Ainda no mês passado, a Folha ouviu clientes que tiveram problemas com pacotes de viagem comprados na companhia e tentam recuperar o dinheiro na Justiça.

Entre as reclamações, estão reservas que não foram feitas em hotéis e tentativas de reembolso sem resposta.

Autor(es): ARTUR BÚRIGO / FOLHAPRESS

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