Conheça o supertatuzão que vai perfurar extensão da linha 2-verde do metrô de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O tatuzão responsável pela extensão da linha 2-verde do metrô, que está sendo levado em partes para São Paulo, deverá começar a ser montado em agosto e tem operação prevista para começar ainda este ano, a partir de outubro. Ele fará escavações a profundidades entre 30 metros e 50 metros.

Fabricada na China e batizada como Cora Coralina, em homenagem à poetisa goiana –é tradição colocar nome de mulheres históricas em tuneladoras–, a máquina custou 40 milhões de euros (quase R$ 210 milhões) ao consórcio responsável pela obra, segundo o Metrô.

Com 2.700 toneladas de peso e 98 metros de comprimento, o supertatuzão chegou desmontado ao porto de Santos no início de maio e começou a ser transportado para São Paulo nesta semana. Ao todo, serão 76 viagens até agosto, com 63 peças soltas e 13 contêineres.

Uma carreta com 50 metros de comprimento, e puxada por dois cavalos mecânicos, é responsável por levar uma única peça, a parte central da roda de corte da tuneladora, até o canteiro de obras na Vila Carrão, na zona leste paulistana.

Chamada de MainDrive e com cerca de 190 toneladas de peso, a peça chega neste fim de semana ao complexo Rapadura, na Vila Carrão –o enorme veículo saiu do porto na Baixada Santista na noite de terça-feira (6) e fez duas paradas, uma no rodoanel e outra em Mauá, de onde partiria para a zona leste.

A roda de corte, a maior já utilizada no Brasil para escavações, de acordo com o Metrô, tem 11,6 metros de diâmetro. Como comparação, as usadas pela companhia estatal nas perfurações das linhas 4-amarela e 5-lilás mediam 9,41 metros e 10,58 metros de diâmetro, respectivamente.

O tatuzão da linha 2-verde é menor em tamanho que a tuneladora que está escavando a linha 6-laranja do metrô, desde dezembro de 2021 –soma 109 metros de comprimento–, mas tem no total 700 quilos a mais e um metro a mais de diâmetro na roda de corte.

O equipamento vai escavar e construir cerca de 7,5 km de túneis para ampliação da linha 2-verde, entre a Vila Prudente e a Penha, na zona leste de São Paulo.

Ele ainda será responsável pela instalação dos anéis de concreto para revestimento dos túneis, que ficam praticamente prontos conforme o deslocamento da máquina.

O supertatuzão também faz a remoção de terra escavada –segundo o Metrô, com operação 24 horas por dia, o equipamento consegue movimentar 154 m³ de terra por hora.

A tuneladora aumenta gradualmente a velocidade de escavação, variando de acordo com a rigidez do maciço em cada trecho. A expectativa é que escave, em média, de 10 metros a 15 metros por dia.

Ao todo, 50 pessoas deverão trabalhar na operação em cada um dos três turnos diários.

A máquina vai perfurar de acordo com definição de equipamentos topográficos e sensores que ficam na frente da tuneladora.

O tatuzão será montado no canteiro de obras da Vila Carrão, onde funcionará uma base de manutenção, estacionamento de trens e um poço de ventilação e saída de emergência.

A primeira etapa da montagem da máquina ocorre na superfície, a partir da chegada das peças. Em agosto, o trabalho deve passar a ser feito no interior da vala, já na posição de perfuração, afirma a companhia, em nota.

No fim da construção da linha, o Metrô diz que a máquina poderá ser realocada para novas obras de expansão, o que é raro, ou desmontada para uso das peças metálicas em outros fins, como ocorreu com a máquina utilizada nas linhas 4-amarela e 5-lilás.

O tatuzão seguirá da Vila Carrão no sentido Vila Prudente. A máquina passará pelas estações Vila Formosa, Anália Franco, Santa Clara e Orfanato.

Com cerca de cerca de 8,5 km, a extensão terá oito estações, com previsão de inauguração em 2026 –segundo o governo estadual, 40% das obras estão prontas.

A estimativa é que 300 mil pessoas sejam beneficiadas por dia com a ampliação da linha. O Metrô estima que deve melhorar a distribuição de passageiros nas linhas 1-azul e 3-vermelha após a inauguração da extensão.

Com 22 estações, a linha será a maior do metrô paulistano.

Autor(es): FÁBIO PESCARINI / FOLHAPRESS

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