SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os principais obstáculos para micro e pequenas indústrias brasileiras conseguirem exportar produtos e serviços são carga de impostos, falta de infraestrutura, crédito e capacitação de mão de obra, além de problemas de logística.
Segundo levantamento Datafolha em parceria com o Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), 30% das micros e pequenas empresas do ramo gostariam de se tornar exportadores, mas apenas 2% delas vendem produtos ou prestam serviços para outros países.
No total, 65% dos entrevistados consideram as indústrias brasileiras menos competitivas do que concorrentes de outros países industrializados e 19% dizem que a competição ocorre em igualdade.
Joseph Couri, presidente do Simpi, diz que as políticas públicas para incentivar o setor industrial não são voltadas para entender as necessidades das micro e pequenas indústrias quanto a questões tributárias, de infraestrutura e de mercado.
“Existem as políticas voltadas para a indústria brasileira, só que não estão focadas na micro e pequena, mas sim na média indústria para cima, isso em todas as áreas, indo dos incentivos até a desburocratização”, disse.
Os entrevistados afirmaram que a maior vantagem das indústrias do exterior frente às brasileiras está no custo envolvido na produção do industrial, seguida de apoio governamental e inovação tecnológica.
Para as indústrias desse porte, 15% consideram carga tributária e falta de infraestrutura a maior dificuldade para operar fora do Brasil, seguida de falta de crédito e financiamento, com 14%.
“Primeiro as políticas que estão em prática não estão chegando na ponta [no caso, nas micro e pequenas indústrias], existem políticas de crédito para incentivar. No entanto, isso não chega para os empresários que não estão conseguindo se enquadrar nessas políticas”, disse Couri.
Falta de capacitação da mão de obra (12%), baixa competitividade e taxa de câmbio (5%), falta de inovação e tecnologia (4%), barreiras internacionais (4%) também dificultam o setor, de acordo com a pesquisa.
Dentre os fatores que afetam a capacidade de exportação estão o custo operacional necessário para levar o produto ao país de interesse, diz Couri.
“Uma logística voltada à exportação não depende só de políticas públicas, mas também de negociações feitas com empresas e organizações [de fora do país] e do mercado-alvo que realmente tem lastro em operações financeiras, como uma carta de crédito para garantir apoio ao exportador brasileiro”, diz o presidente da Simpi.
Autor(es): PATRICK FUENTES / FOLHAPRESS