No Mita, Florence + The Machine louva a felicidade em um culto inebriante

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Florence Welch parecia uma feiticeira quando surgiu no palco principal do Mita, festival que ocorreu no centro de São Paulo neste fim de semana. A impressão é que ela queria comandar um ritual ao erguer os braços e sacudir o cabelo ruivo enquanto entoava a etérea “King”.

Mas a pose não durou muito. Ao som de “Ship to Wreck”, a vocalista da banda Florence + The Machine saltou por toda a extensão do palco, descalça, dando corridinhas e pedindo que o público a acompanhasse, quase como uma roqueira.

Uma das bandas mais relevantes da cena alternativa, Florence + The Machine retorna ao Brasil depois de sete anos —a última apresentação do grupo no país aconteceu no Lollapalooza de 2016. Antes, eles pisaram em solo brasileiro em 2012 e em 2013.

Florence cantou parte de seus sucessos logo no começo do show. Em “Dog Days Are Over”, hit máximo da banda, pediu que o público guardasse os celulares e só retomou a apresentação quando não via mais nenhum aparelho apontado para o palco.

“Abracem um ao outro, digam que se amam. Vamos viver esse momento juntos”, pediu a artista antes do último refrão, cantado em uníssono pela plateia aos pulos.

Florence é daquelas que preza mesmo pela interação com o público. Desceu do palco enquanto cantava “Big God”, e se pendurou na grade para ser agarrada pelos fãs espremidos na estrutura. Ela tocava nas testas deles, com o olhar penetrante, como uma deusa abençoando seus súditos. É um momento inebriante.

Gesticulando as mãos e com o vestido verde esvoaçando, Florence volta a correr pelo palco. Com “Hunger”, do disco de “High as Hope”, de 2018, ela faz o público berrar sobre fome e falta de amores.

Florence + The Machine trouxe ao Mita a turnê “Dance Fever Tour”, dedicada ao seu disco lançado no ano passado. Eles se apresentaram também no Rio de Janeiro na última semana.

“Se você tiver uma lanterna ou tocha, pode acendê-las”, diz Florence ao público durante “Cosmic Love”. Ela dá rodopios no fim da canção, fazendo reaparecer aquela atitude de feiticeira do início do show.

A britânica tenta a todo tempo criar uma espécie de louvor à felicidade, pedindo que o público embarque na sua onda. Em “My Love”, do “Dance Fever”, de 2022, Florence lembra que aquele disco foi escrito na pandemia, quando não era possível dançar em união. Abaixem, por favor, pede a cantora, até que acena para o público voltar a pular. Ela sorri sem parar.

O show termina com “Rabbit Heart (Raise it Up)”, quando fãs sobem nos ombros de colegas e tentam chamar a atenção da cantora. Quando encerra a performance, Florence veste uma coroa de flores, estica a mão, saúda a plateia e é louvada pelos aplausos dos seus fiéis.

Autor(es): GUILHERME LUIS / FOLHAPRESS

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