SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma megaoperação vai fechar a pista norte da rodovia dos Imigrantes na noite desta terça (6) e na madrugada de quarta (7) para o transporte da parte central da roda de corte do supertatuzão que irá escavar o trecho de extensão da linha 2-verde do metrô paulistano.
Com isso, o motorista que sair da Baixada Santista em direção a São Paulo terá de subir a serra pela rodovia Anchieta, entre as 23h e às 5h.
O trecho de serra da Imigrantes fica bloqueado pois as cargas possuem peso e tamanho superdimensionados e precisam ocupar mais de uma faixa.
A operação terá participação do governo do estado, duas concessionárias, da empresa contratada pelo consórcio responsável pela extensão da linha 2 e da Polícia Militar Rodoviária.
O MainDrive, como a peça é chamada, pesa quase 190 toneladas a carga total, com caminhão e carreta chega a 325 toneladas.
De acordo com informações da concessionária Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, o equipamento tem 7,8 metros de comprimento e 6,6 metros de largura, e se assemelha a uma turbina.
A previsão é que a carreta, que vai trafegar em velocidade média de 5 km/h em determinados trechos, chegue ao recuo de antiga área de pedágio no rodoanel por volta das 5h de quarta.
Lá o equipamento deve permanecer parado até receber uma liberação da CET para poder ser transportado até a zona leste de São Paulo, onde será montado. A previsão é que isso ocorra até sábado (10)).
No total, a operação para levar a peça será realizada pela via Anchieta, Interligação Baixada, Imigrantes, rodoanel Mário Covas e SPA-086/021, que faz a ligação até Mauá, na Grande São Paulo, onde começa o complexo viário Jacu Pêssego.
O transporte dos componentes da máquina começaria na madrugada desta terça-feira (5), com quatro carretas de 42 metros de comprimento cada com componentes menores que somados pesam cerca de 225 toneladas.
A roda de corte, a maior já utilizada no Brasil para escavações, de acordo com o Metrô, tem 11,66 metros de diâmetro. Ela faz parte de 2,700 toneladas de equipamentos do supertatuzão que chegou de navio da China desmontado, no início de maio, ao porto de Santos.
A estimativa é que a tuneladora, de quase 100 metros de comprimento, esteja todo no complexo Rapadura, na região da Vila Carrão, zona leste de São Paulo, e seja montado para início de operação até o fim do ano.
Índice do Conteúdo
COMO DEVERÁ SER O TRAJETO ENTRE O PORTO DE SANTOS E A ZONA LESTE
– A partir do km 64,5 ao km 59,1 da marginal Sul da Anchieta, em Santos
– Acesso à Interligação Baixada (SP 059), com destino ao km 62 norte da rodovia dos Imigrantes, até o km 26,77
– Acesso ao rodoanel, altura do km 72
– Seguirá até o km 86 para entrar na SPA-086/021, onde a carga ficará estacionada na área de recuo da antiga praça de pedágio
Na cidade de São Paulo (ainda sem confirmação de saída)
– Avenida Ragueb Chohfi
– Avenida Aricanduva
– Rua Júlio Colaço
– Rua Jericinó
– Rua Orvaldo Arouca
– Avenida Guilherme Giorgi
– Rua Bailque
Da marca alemã Herrenknecht AG e batizado como Cora Coralina, em homenagem à poetisa é tradição o Metrô colocar nome de mulheres históricas em suas tuneladoras, o equipamento vai escavar e construir cerca de 7,5 km de túneis para ampliação da linha 2-verde, entre a Vila Prudente e a Penha, na zona leste.
Ele também será responsável por instalar os anéis de concreto para revestimento dos túneis e remoção de terra escavada. Questionado, o Metrô não informou o custo do equipamento.
Com cerca de cerca de 8,5 km, a extensão terá oito estações, com previsão de inauguração em 2026 segundo o governo do estado, 40% das obras estão prontas.
A estimativa é que 300 mil pessoas sejam beneficiadas por dia com a ampliação da linha. O Metrô estima que deve melhorar a distribuição de passageiros nas linhas 1-azul e 3-vermelha após a inauguração da obra.
Com 22 estações, a linha será a maior do metrô paulistano.
Na cidade de São Paulo há outras duas tuneladoras em operação, para construção da linha 6-laranja do metrô, que vai ligar a Brasilândia, na zona norte, à região central de São Paulo.
Autor(es): FÁBIO PESCARINI / FOLHAPRESS