SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Thiago Brennand, 43, que está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 Pinheiros, em São Paulo, teve o sexto pedido de prisão preventiva decretado nesta quinta (1º). Agora ele é réu em nove processos que envolvem crimes sexuais e agressões.
Neste novo caso, uma mulher acusa Brennand de estupro. Ela afirma que apenas a primeira relação entre os dois foi consensual, mas que, em seguida, houve coação e ameaça.
Procurada, a defesa de Brennand disse que ainda não havia sido notificada.
O caso teria acontecido há cerca de nove anos. Em depoimento ao NAVV (Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência), do Ministério Público de São Paulo, a vítima relatou que Brennand a obrigou a fazer sexo sem preservativo e mediante uso de força física.
Durante o relacionamento, que teria durado menos de um mês, a vítima calcula que tenha sofrido mais de 20 estupros. Ela afirmou que sentia medo e que Brennand a ofendia, a manipulava e a xingava de frígida. Durante os estupros, ela chorava.
Ainda no depoimento, a vítima afirmou que Brennand falava de forma ríspida com o filho, que na época tinha oito anos, era agressivo com pessoas que trabalhavam em sua casa e tinha o costume de portar armas de fogo.
Brennand foi extraditado dos Emirados Árabes no fim de março. Ele viajou ao país em setembro do ano passado horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público por agredir uma modelo em uma academia da capital -em relação a este caso, uma audiência está marcada para o dia 27 de julho.
Após a repercussão do caso da academia, ao menos outras dez mulheres denunciaram Brennand, que sempre negou os crimes sexuais em manifestações nas redes sociais. Poucas semanas antes da extradição, ele gravou um vídeo em que dizia que seria preso injustamente. “Obviamente não estuprei ninguém. Nesse país muita gente tem sede de vingança”, afirmou.
Ele está detido no CDP 1 Pinheiros desde que desembarcou no Brasil e aguarda audiências.
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ENTENDA AS 6 ORDENS DE PRISÃO CONTRA BRENNAND
Os detalhes sobre o quinto pedido não foram divulgados
Após a acusação de agressão à modelo Alliny Helena Gomes, Brennand deixou o Brasil em 4 de setembro, horas antes da denúncia do Ministério Público. O órgão determinou que ele retornasse ao Brasil até 23 de setembro e entregasse o passaporte. Como não cumpriu a medida, ele teve a prisão preventiva decretada no dia 27 de setembro e tornou-se foragido. A viagem inicialmente foi para para Dubai, nos Emirados Árabes.
Logo depois, no dia 17 de outubro, a Justiça decretou nova prisão contra Brennand, desta vez sob a acusação de tatuar à força e manter em cárcere privado uma mulher em Porto Feliz, no interior paulista.
No dia 4 de novembro, ele teve a terceira prisão preventiva decretada pela Justiça. Na ocasião, os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por suspeita de estupro que teria ocorrido também em Porto Feliz.
No dia 10 de fevereiro, o empresário teve a prisão preventiva decretada após denúncia da miss e estudante de medicina Stefanie Cohen. Ela afirma que foi estuprada por Brennand em 2021.
No dia 22 de março, foi decretado o quinto pedido de prisão preventiva também por estupro. A reportagem não obteve detalhes sobre a identidade da vítima deste caso.
No dia 1º de junho, foi decretado o sexto pedido de prisão preventiva também por estupro. Em depoimento, vítima afirma que era ameaçada e coagida por Brennand. Ela calcula que durante relação que durou poucas semanas, foi forçada a mais de 20 atos sexuais.
Autor(es): ISABELLA MENON / FOLHAPRESS